Os investimentos recomendados pela EQI Research têm visão de longo de prazo (Foto: Adobe Stock)
A medida provisória (MP) do governo federal, que propõe alterações nas alíquotas de Imposto de Renda (IR) para todos os investimentos, pode atrapalhar os planos do investidor que busca viver de renda. Em declarações à imprensa ao longo deste semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que todos os títulos de renda fixa isentos de IR, serão taxados em 5%, enquanto as outras aplicações financeiras terão uma alíquota unificada de 17,5%. Já os impostos dos Juros sobre Capital Próprio (J) podem subir de 15% para 20%.
As medidas buscam ser uma alternativas ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado no fim de maio, que enfrentou forte resistência do mercado financeira. Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, avalia que, caso a MP seja aprovada, o rendimento final dos fundos imobiliários e dos fundos de infraestrutura pode reduzir com o fim da isenção de alguns títulos de renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e debêntures incentivas.
Apesar do risco, o especialista ressalta que não há necessidade de realizar grandes alterações no portfólio. Enquanto a MP não for apresentada de forma oficial, resta ao investidor aguardar os desdobramentos e seguir com a sua estratégia de investimento. “Essas medidas ainda vão ar por longos debates no Congresso”, diz Paletta em relatório, divulgado nesta quarta-feira (11). “Acredito que o cenário atual é ótimo para novos aportes — sempre respeitando o peso de cada classe de ativos“, afirma Paletta.
Considerando o atual momento do mercado, a EQI Research listou 20 investimentos ideais para quem busca viver de renda no longo prazo. As indicações fazem parte da carteira recomendada da corretora, atualizada mensalmente. Para junho, a equipe de research vendeu sua posição no Itaú FIC FI INFRA (IFRI11) e direcionou os recursos em renda fixa, além de retomar posição em fundos imobiliários de tijolo, que “oferecem bom potencial de valorização e renda”.
Com as modificações, as alocações ficaram divididas nas seguintes proporções: 52% para ativos de renda fixa, 26% em fundos imobiliários e em fundos de infraestrutura e 22% em ações. A recomendação, segundo a corretora, é válida para os investidores com um perfil de risco moderado. Agora, para quem tem um apetite a risco mais elevado, a proporção muda: 36% em renda fixa, 26% em FIIs e Fi-Infra e 38% em ações. Já para os investidores conservadores, as alocações ficam concetradas apenas em renda fixa com 60% e em FIIs e FI-Infra com 40% do portfólio.